Por Mauricio Salkini.
Vejo polêmica quanto a perguntas sobre filhos nas entrevistas de emprego ou das franqueadoras (em processos de avaliação de franqueados) ou em diagnósticos com empresários para a atuação do consultor. Não estou estabelecendo regras, condenando, nem absolvendo ninguém. Estou desprovido do lugar de juiz, delegado ou promotor.
Quero apenas contar minha experiência após o nascimento desse surfista, no dia 6 de dezembro. Mudei minhas escolhas e prioridades:
Sou mais humano, procuro tratar a todos como gostaria que meu filho fosse tratado. Empatia, meu caro leitor.
Se atua no varejo, se tu como eu acredita que varejo e gente na essência, então as tratativas do candidato pai com a sua cria podem dar indicadores do nível de cuidados deste entrevistado com os seres humanos.
“...quem está no mundo dos negócios tem que ser tão preocupado com gente, quanto com seu próprio mercado, setor e processos. Saber inspirar, falar, ouvir, abrir a mente e apoiar é essencial hoje” . Bruno Perin.
Não proponho eliminação dos pais ausentes dos processos seletivos, seria muita redução de analise, mas proponho uma luz sobre o tema. Que tal valorizar esse cuidado do pai presente, atuante, como indicativo de virtude para gerir pessoas no seu negócio?
Fiquei seletivo na escolha da grana versus o tempo que me consumirá. Percebi que o tempo passa rápido. Não posso desperdiçar nem um minuto.
Prefiro caminhar profissionalmente em rede, diminuindo retrabalhos ou erros por desconhecimento. Franchising te oferece as experiências de outros franqueados, vivencias da rede que te evitam labirintos perdidos e te impulsionam por reconhecimento do mercado pela marca. Isso se a franqueadora for seria e com anos de estrada.
Não tenho sedução por produtos das modinhas que são acompanhados de dúvidas se vieram para ficar (“Yogos”, “Konis”, “Paletas”) ou por franquias iniciantes que são craques em vender suas propostas, sem os testes dos anos no mercado. Sou conservador, aos arrojados eu desejo sucesso e consciência da escolha. Em caso de fracasso não culpe o sistema de franquias, por favor.
Jamais perderia tempo de vida, não tem grana que pague. Em novembro de 2021 fui contratado para uma palestra em Alagoas, para um evento muito bacana (Empreende Alagoas). Combinamos honorários, horário de vôos, com a ciência pela organização que só iria em viagens rápidas e confortáveis, nada de horas intermináveis em conexões.
Exijo ser bem tratado. Quero ser respeitado na mesma medida que respeito. Ser pai é uma instituição a ser preservada. Planto dignidade para colher respeitabilidade.
Sou pacifista. Contrário à armas, brigas e agressividades. Sou a favor de idéias, mesmo as divergentes, sempre ouvindo quem discorda de mim. A paz se constrói no discurso e faço questão de respeitar o discurso contrario.
A paz pode ser semeada em qualquer lugar, o tempo todo.
Ela se constrói quando aprendemos a história do mundo,
quando dialogamos com aqueles que têm idéias diferentes,
quando reagimos diante das injustiças.*
A minha vida mudou completamente e entendo a paternidade elemento a ser conversado na entrevista para a construção da parceria. Conversar para descobrir se as prioridades da empresa estão alinhadas com as do candidato ou com o futuro empresário/franqueado. Tão importante quanto salário/lucro/pro labore, horário de trabalho e responsabilidade.
Mas se o entrevistador só perguntar sobre filhos para as mulheres? Talvez esse comportamento diga muito sobre o pai que o entrevistador teve ou não teve, e/ou o tipo de paternidade dele para com a cria
Referencias:
Site administradores, consulta em 18.12.2021 https://administradores.com.br/artigos/negocios-sao-pessoas
Texto: A PAZ SE CONSTRÓI A CADA INSTANTE. BRIGITTE LABBÉ: Michel Puech. A guerra e a paz São Paulo: Scipione, 2002.
Mauricio Salkini é Consultor Sênior em negócios da GASS Solutions RJ - BRA, atua há mais
de 30 anos na gestão de varejo, como executivo e empresário. Estuda, debate e escreve o tema como pesquisador (UFF) prático (franqueado Rei do Mate e Kopenhagen).
Identifica na cultura de gestão uma possibilidade do lucro consciente e perene, ou seja, o ESG do Varejo ou Varejo Social. Administrador, especialista em Pedagogia Social (UFF), professor e conselheiro da franqueadora Rei do Mate. Coautor do livro "Melhores Práticas em Gestão com Pessoas" e livro da coleção da Pedagogia Social.
Vencedor do Prêmio Ser Humano ABRH-RJ 2019 com o projeto Treinamento Cult – Qualificação Profissional, Responsabilidade Social e Experiência Cultural. Poeta, Conselheiro biênio 2021/22 do Conselho Municipal de Educação do município de Niterói e Podcaster - Trilogia Saudável.
Responsável pela implantação de mais de 15 franquias (supermercado, dentro de transporte aquaviário, estações de transportes - metro, trem e barcas, shopping e loja de rua), atua no sistema de franchising desde de 2006.
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