Por: Laís Molina.
A redução do número de postos de trabalho que a pandemia causou fez com que muitas pessoas enxergassem uma oportunidade de renda no empreendedorismo. Para formalizar o trabalho, a solução encontrada por muitos foi abrir o registro de Microempreendedor Individual, o MEI. Segundo o Ministério da Economia, a categoria registrou um aumento de 5,4% no segundo quadrimestre de 2020 e, até agosto deste ano, o País alcançou o número de 10,6 milhões de cadastros. O número é o maior desde 2010 e representa um salto de 2% sobre o mesmo período do ano passado. Alguns exemplos que podem muito bem ilustrar esse movimento:
A rede Limpeza com Zelo, especializada em residências, pequenos escritórios e condomínios, por exemplo, oferece essa modalidade para quem deseja se tornar um empreendedor. De junho até agora, a rede já retomou 70% da demanda que foi perdida por conta dos meses iniciais da pandemia no Brasil e ganhou alguns empreendedores que vieram somar esforços ao time. Um exemplo desses é a Aline Chagas, que viu a oportunidade de crescer profissionalmente, fazendo os serviços de limpeza e com toda a estrutura que a marca concede, além da expertise por estar há mais de dez anos no mercado de limpeza. Há também o caso de outra recém empreendedora da rede, Marta Rejane, técnica em química que foi demitida em abril, ainda no período de experiência, por conta da pandemia. Ela decidiu investir na franquia por ter afinidade com produtos químicos. Em pouco tempo, elas receberam o treinamento necessário e iniciaram os atendimentos, garantindo a renda.
Já o advogado Daniel Goes, de Vitória da Conquista, na Bahia, também decidiu se tornar um microempreendedor individual durante a crise, para operar a franquia da Mr. Kids, rede de vending machines. Com seu escritório fechado, o especialista em direito penal viu seu faturamento despencar e procurou uma rede com valor de investimento acessível e que não demandava contratação de funcionário. De olho no potencial do mercado de vendas automáticas, sobretudo na sua região, ele agora faz planos de ampliar os negócios e adquirir novas máquinas, já que a operação pode ser conciliada com outros negócios.
Na alimentação, o mercado de comida saudável também reagiu bem durante a quarentena e a praticidade do delivery e técnicas de ultracongelamento que mantém o sabor do alimento, como o caso da rede Mr. Fit, foram alguns dos fatores que incentivaram microempreendedores a investir no negócio. Cerca de 80% deles adquiriram uma unidade para complementar renda, já que, sob o ponto de vista da CEO, as pessoas, com medo de perder a única renda e diante da instabilidade que pairou, passaram a ver a franquia como uma operação segura e estável para se garantirem na incerteza. Nos últimos meses, foram vendidas franquias para pessoas do Tocantins, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, prioritariamente da classe média, sem predominância de sexo e uma faixa etária entre 25 a 50 anos.
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